sexta-feira, 3 de março de 2017

Basaltos brasileiros sobre Granito:

Alex Nunes define a série Portais do RS como “uma incursão pelo trabalho com basaltos brasileiros sustentados por granitos da região sul do Rio Grande do Sul”, onde atualmente vive. “A base, o granito que integra-se aos solos das cidades, não impede a passagem da água e nem mesmo o brotar de gramíneas e, por isso, foi escolhido por mim”.
É uma rocha que após o corte pelos graniteiros, se torna adequada ao calçamento. Deste processo de doma da rocha – detonação em fragmentos de blocos e posterior quebra com martelos e ponteiros – é que são produzidos os pequenos blocos que medem, em média, 18 a 23 cm de comprimento, 12 a 15 cm de largura e 12 a 15 cm de altura com o peso de 8 a 10 Kg por peça.
Revelando um fragmento de sua origem, Nunes informa: “Menino ainda, tive contato com a “pedreira” como é conhecido o bloco de rocha Morro do Estado que, há quase 100 anos, sustenta famílias no Capão do Leão”. Lá, há diversos tipos de trabalho relacionados à extração da rocha e a seus objetivos, entre eles detonação, corte, carga, transporte, calçamento.
Em sua busca por fragmentos de granito, decidiu percorrer as ruas que lhe são importantes: onde trabalhou, estudou, se divertiu. Ruas ainda calçadas com granitos originários do Capão do Leão e que pertencem a sua história como calceteiro e como cidadão.
Ao visitar cada uma dessas ruas, Nunes recolhe um exemplar que esteja descartado, à margem, deslocado. Em casa, nomeia, numera, prepara um futuro com cada um dos fragmentos. Intenciona “transformar em arte o que já foi dor”. Na imagem ao lado, a base é um granito recolhido em Capão do Leão.

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