Alex Nuñes em exposição virtual de
Helio Andrade
Ocorre
quinta, dia 31 de julho, a abertura do projeto cultural “Exposição Fotográfica
Helio Alexandre: A Arte para Cego Ver”. Seu foco é a produção da arte de
dez artistas residentes em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
Helio
Alexandre Obregon dos Santos conheceu, documentou e fotografou, no primeiro
semestre de 2020, um grupo de pessoas que faz arte e que vive da arte que faz.
As obras e os locais de trabalho foram capturados por suas lentes;
a biografia de cada um, escrita por ele ou enviada pelos artistas; a
seleção de parte das imagens e a criação da exposição online conclui
o trabalho que, agora, a partir de 31 de julho, estará
disponível.
Na
exposição fotográfica, uma seleção das totalidade das imagens feitas pelo
fotógrafo tem como diferencial a foto descrição. Helio Andrade
escolheu esse formato como método de acessibilidade a fim de oportunizar a
deficientes visuais o conhecimento acerca de algumas obras e artistas de Bento
Gonçalves. Ao retratar artistas locais, acredita, “o projeto fomenta a produção
artística e, ao descrever os retratos de obras e os seus autores, amplia o
acesso e a fruição”.
Outros tempos
Devido
ao cancelamento de exposições presenciais e enquanto aguarda a definição das
novas datas, o fotografo Helio Alexandre, vencedor de um edital público de
fomento às Artes no Município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, decidiu
oportunizar a todos uma “exposição em modo virtual”. Almeja, com essa virtualidade,
gerar maior engajamento do público e levar o conteúdo gerado por meio do
projeto ao maior número de pessoas possível.
Para
conhecer quem são os dez escolhidos e parte de suas obras, confira o evento
aqui: https://www.facebook.com/events/1158233944542495?active_tab=about
Um artista local
Alex
Nuñes nasceu em Santa Maria. Oriundo de uma miscelânea de culturas em que há
crenças indígenas, cultos africanos, palavras em língua espanhola e diversas
atividades profissionais, passou parte da infância junto à avó Constância, uma
mulher pequena e forte, casada com o uruguaio Diogo, um ferroviário habilidoso
e de poucas palavras.
Na
infância, brincou muito com terra e água, fazendo suas primeiras argilas
enquanto esperava o tempo de se tornar adulto. Algumas colheres eram suas
ferramentas, o silêncio seu maior companheiro. Desse modo, desenvolveu uma
sensibilidade extrema pelas vozes, seus timbres e entonações, durações e
inconstâncias.
Com
a família, morou no município do Capão do Leão, onde, na adolescência, conheceu
e partilhou dias com os graniteiros que trabalhavam na pedreira municipal. Ali,
entre meninos e homens que quebravam pedras dos mais diversos modos – com
explosivos, picaretas, ponteiros e marretas – teve parte de sua informal
formação com uma das rochas que admira: o Granito.
Adulto,
realizou algumas viagens de estudos às cidades mineiras de Belo Horizonte,
Congonhas, Sabará, Ouro Preto, São João Del Rei, Tiradentes. Nestas, observar e
admirar as primeiras manifestações da arte brasileira foi o objetivo.
Formação
Graduado
em Filosofia no Instituto de Filosofia, Sociologia e Política na Universidade
Federal de Pelotas em 2015, Alex Nuñes intensificou seus estudos
em escultura a partir de fevereiro de 2016, quando iniciou incursões pelos
basaltos da serra gaúcha. Em contato com professores de escultura na
Universidade e com um grupo de artistas no Atelier de Arte da UFPel, produziu
suas primeiras obras a integrar as exposições públicas em Pelotas.
Decidiu,
em 2018, fixar residência onde a rocha é abundante e foi desse modo que
escolheu os arredores de Bento Gonçalves para construir seu atelier de
esculturas. O Vale Aurora, parte significativa da cultura de produção do vinho
na região, lhe ofereceu umas das paisagens mais intrigantes para a produção da
arte que desenvolve.
Admirando
suas formações rochosas, pássaros de muitos tipos, espécies silvestres que ali
ainda vivem, Alex encontrou um paraíso particular: silêncio, abundância em
matéria prima e natureza exuberante e inspiradora.
Profissional
Alex
Nuñes é filiado à Casa do Artesão e do Artista Plástico de Bento Gonçalves e,
através dessa exposição, capitaneada por Helio Alexandre, amplia sua relação
com a cidade.
Um
diferencial no trabalho do escultor é a Certificação
das Obras. Como peças únicas, que não se repetem, as esculturas de Ales
Nuñes, quando adquiridas, são acompanhadas de uma Certidão de Autenticidade
registrada em Cartório. Assim, o portador pode se fazer acompanhar deste
documento sempre que estiver em trânsito ou mesmo quando emprestar sua
escultura para alguma exposição. É um modo seguro e eficiente de comprovar
a procedência, a autoria, os materiais, as dimensões e a história de cada uma
das peças.
Exposições
Como
marco inicial de seu trabalho público, em 2017 Nuñes participou da Coletiva
do Atelier de Arte da UFPel com a obra Jardim
Inhotim. A exposição ocorreu no Casarão 2, que se localiza no Centro
Histórico de Pelotas entre 22/11 a 01/12.
Em 2018, aventurou-se a
mostrar à cidade em que morou por 19 anos, uma Exposição Individual, com peças
de todas as suas linhas escultóricas. Essa foi organizada para apenas um dia, 1º
de Dezembro, no Museu do Doce.
Exposições de apenas uma peça,
adquirida ou cultuada por amigos ocorrem sempre, na vida do escultor. Em 2019,
Nuñes manteve obras em três locais diferentes:
1.
Hall de entrada do Restaurante Trem Bão, em Pelotas, RS, com a obra Sapiens, em Basalto rosa;
2.
Hall do Café Faccin, em Monte Belo do Sul, RS, com a obra Sapiens: pensamento em basalto;
3.
Hall
do Restaurante Amici, em Garibaldi, RS, com a obra Sapiens, em basalto chocolate.
A
entrada do escultor no mercado de arte de Bento Gonçalves ocorreu, oficialmente,
em fevereiro de 2020. Com uma Exposição individual na Casa de Cultura de
Bento Gonçalves, as séries Cuore, Portais e Sapiens estiveram em exposição entre 19/02 a 12/03.
Durante esse tempo, Alex
Nuñes realizou um grupo de aulas públicas sobre seu trabalho para estudantes de
escolas pulicas, o que considera um marco de seu projeto como escultor.
Atelier no Vale Aurora
Para
a conclusão de 2020, o escultor promoverá, no atelier que está sendo edificado por ele no Vale Aurora, uma exposição individual. Para tal, está trabalhando intensamente na série Mãos do Trabalho, um grupo de esculturas que busca revelar as marcas do trabalho nas mãos de quem o realiza.
Serviço:
Exposição de Esculturas Mãos do Trabalho
Onde? Atelier do Escultor,
no Vale Aurora
Quando?
19 de novembro a 19 de dezembro.
Contatos: (53) 991 35 8765
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