terça-feira, 27 de abril de 2021

A cultura egípcia: uma experiência estética


Um faraó. Alex Nuñes, 2019 
Alex Nuñes

Bento Gonçalves, 27/04/2021

 

Resumo: No trabalho descrevo parte de minha experiência estética relacionada à cultura egípcia. Utilizo memórias que foram sendo acionadas especialmente para a tarefa e impulsionadas pela presença do tema no curso que atualmente realizo: História da Arte, coordenado pela Doutora Cristine Tedesco.

 

Na infância...

A primeira imagem que lembro em minha pequena infância, se relaciona com a cultura de filmes na TV, bastante forte em minha infância. Nela, filmes, documentários, desenhos, quadrinhos e esculturas eram vistas e causavam em mim encanto e curiosidade.

 A lembrança de filmes em que pirâmides e múmias eram intensas e criaram alguns problemas nas tarefas de escola. Um exemplo é o desejo de moldar, em argila, pequenas ocas indígenas. Sim! As ocas eram construídas com argila e, as minhas apresentavam particularidades, como por exemplo: formatos de pirâmides e riscos imitando tijolos. As professoras diziam: “Isto não é oca indígena! Esta tua oca parecer uma pirâmide! Tu não tem vergonha de ser neto de índio e não saber moldar uma oca?”

Eu era criança e desconhecia moralmente esta “vergonha” da qual as professoras falavam.

Vamos em frente.

Nos filmes que tratavam da cultura egípcia (Cleópatra, A Múmia, Os Caçadores da Arca Perdida, entre outros), tive contato visual com uma espécie de ave. Como nos filmes eles não falavam da ave, só mostravam que ela representava um Deus, fiquei curioso em descobrir qual espécie de ave era. Neste período não tinha internet. Então fui à Biblioteca municipal de Capão do Leão, município em que eu vivia.

Chegando lá, eu pensava: “Aqui tem a resposta”. Quando a atendente mostrou a estante de livros, fiquei assustado. Na minha cultura familiar, tu perguntas e alguém responde. Tudo certo. Mas eu estava diante de vários livros com centenas de páginas e...

Eu só queria saber nome da ave!

Então vamos à luta, como bom gaúcho. Comecei a folhear os livros e ler. As horas começaram a voar. Não me lembro do tempo transcorrido.

Depois de um tempo, a atendente falou: “Vou fechar a biblioteca!”

Eu tentei entender: Fechar? Eu estou estudando!!!!

Ela voltou e disse: “Tu, tem que trazer a tua mãe para fazer uma ficha”.

Eu fiquei triste. Mas não desisti. Sai na rua e encontrei uma amiga da minha mãe. Corri até ela e expliquei tudo. Ela me disse: “Vamos ali, eu tenho ficha”. Ela retirou o livro “História das Pirâmides”. Fiquei satisfeito e, com o livro nas mãos, fui para casa.

Lá, tentei descobrir o nome da ave. Lendo o livro, minha alma viajou pelos labirintos das pirâmides e o topo da cabeça da esfinge. Durante esta leitura e viagem tive a sensação de ser uma ave. No decorrer da leitura encontrei um deus chamado Hórus, que tinha cabeça de ave. Pensei: será que tem alguma ligação? A ave que estou procurando saber o nome com o deus Hórus? Lendo descobri que o Deus Hórus representava a ave da minha busca. A pesquisa, então, passou a ser sobre este Deus. Estudando sua história e representação para cultura egípcia, cheguei a ave misteriosa, o falcão peregrino. Com a leitura surgiram novos personagens do mundo egípcio. Como exemplo, cito Cleópatra, Nefertiti, múmias e o misterioso  mundo dos mortos.

Durante parte da minha infância e adolescência gostei de assistir filmes e documentários sobre o mundo egípcio.

Tenho também um gosto estético pela Nefertiti. Quero futuramente produzir uma escultura com minha leitura estética da Nefertiti. Já tenho uma escultura produzida há dois anos que lembra um faraó. E, durante o curso de história da arte, estou podendo viver novas experiências estéticas das civilizações antigas.

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