Mão de uma escritora, moldada em 20 de fevereiro de 2017. |
Os saberes tradicionais receberão, a partir dessa data, um cuidado especial de Alex Nunes.
Encorajado a esculpir "Mãos do trabalho", listou um grupo de profissões que precisam ter as marcas de suas mãos eternizadas. Assim, graniteiros, calceteiros, cesteiros, sapateiros, professores, escultores, engenheiros, lutadores, arquitetos, fisioterapeutas e trabalhadores rurais envolvidos com a cultura do vitivinicultora estão sendo convidados a moldar suas mãos.
O proceso inicia com um molde em gesso que, depois, migra para o material escolhido pelo profissional: pode ser madeira, basalto, cobre, aço...
Graniteiros e calceteiros
O município de Capão do Leão se localiza na mesorregião do sudeste Rio-Grandense e é referido como cidade dos calceteiros. É nele que se encontra a segunda maior serra de granito do mundo.
Uma das mais tradicionais fontes de renda de famílias, é comum que os
cortadores de pedra – graniteiros – se façam acompanhar dos filhos desde pequenos,
no corte da pedra, para ensiná-los a profissão. E é comum também acidentes
entre esses pequenos aprendizes.
O extrativismo mineral ocorre ali há aproximadamente 100 anos e não se conhece nenhum outro artesão ou escultor
que tenha se dedicado a transformar granito arte na região sul. Para Alex Nunes, sustentar os
demais materiais que esculpe em granito é manter vivo o laço com seu passado
ainda recente, com as ruas que pisou em direção à escola, com as avenidas e
acessos que calçou e, depois, como
estudante, percorreu.
O documentário etnográfico intitulado “Memória, identidade e saber tradicional
dos graniteiros de Capão do Leão, RS”, realizado pelo LEPAIS – Laboratório de
Pesquisa, Ensino e Produção em Antropologia da Imagem e do Som da UFPel – revela
parte do universo cultural e laboral do qual é oriundo o escultor Alex Nunes.
Disponível no Youtube, pode ser visualizado em: https://www.youtube.com/watch?v=bxC2mUqNlsQ.
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