Alex Nunes define a série Portais do RS como “uma incursão pelo trabalho com basaltos
brasileiros sustentados por granitos da região sul do Rio Grande do Sul”, onde
atualmente vive. “A base, o granito que integra-se aos solos das cidades, não impede
a passagem da água e nem mesmo o brotar de gramíneas e, por isso, foi escolhido
por mim”.
É uma rocha que após o corte pelos graniteiros, se torna adequada ao calçamento. Deste processo de
doma da rocha – detonação em fragmentos de blocos e posterior quebra com
martelos e ponteiros – é que são produzidos os pequenos blocos que medem, em média,
18 a 23 cm de comprimento, 12 a 15 cm de largura e 12 a 15 cm de altura com o
peso de 8 a 10 Kg por peça.
Revelando um fragmento de sua origem, Nunes informa: “Menino
ainda, tive contato com a “pedreira” como é conhecido o bloco de rocha Morro do
Estado que, há quase 100 anos, sustenta famílias no Capão do Leão”. Lá, há
diversos tipos de trabalho relacionados à extração da rocha e a seus objetivos,
entre eles detonação, corte, carga, transporte, calçamento.
Em sua busca por fragmentos de granito, decidiu percorrer as
ruas que lhe são importantes: onde trabalhou, estudou, se divertiu. Ruas ainda
calçadas com granitos originários do Capão do Leão e que pertencem a sua história
como calceteiro e como cidadão.
Ao visitar cada uma dessas ruas, Nunes recolhe um exemplar que esteja descartado, à margem, deslocado. Em
casa, nomeia, numera, prepara um futuro com cada um dos fragmentos. Intenciona “transformar
em arte o que já foi dor”. Na imagem ao lado, a base é um granito recolhido em Capão do Leão.
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