Nascido em Santa Maria em 1979, Alex passou parte de sua vida junto à avó
materna, dona Preta, que o ensinou a esperar.
Menino ainda, brincou muito com terra e água, fazendo suas primeiras argilas
enquanto esperava o tempo de se tornar adulto. Algumas colheres
eram suas ferramentas, o silêncio seu maior companheiro. Desse modo, desenvolveu
uma sensibilidade extrema pelas vozes, seus timbres e entonações, durações e
inconstâncias.
Na adolescência, conheceu e partilhou dias com graniteiros que
trabalhavam na pedreira no município do Capão do Leão. Ali, entre homens, jovens
e meninos que quebravam pedras dos mais diversos modos - com explosivos, picaretas, ponteiros e martelos - teve parte de sua
informal formação com uma das rochas que admira: o Granito.
Adulto, realizou algumas viagens de estudos às cidades mineiras de Belo Horizonte, Congonhas, Sabará, Ouro Preto, São João Del Rei, Tiradentes, nas quais pode conhecer observar e admirar as primeiras manifestações da arte brasileira, fortemente
influenciada pelos que esculpiram e
ensinaram a esculpir. Com madeira e metais, alguns, com prata e ouro, outros. E com rochas de variada cores, densidades, porosidades, permeabilidades, dureza.
Foi em Minas Gerais no ano de 2010 que visitou o maior Museu de Arte Contemporânea do País, o Instituto Inhotim, chancelado como Jardim Botânico neste mesmo ano. De autoria do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), conta com a colaboração de curadores botânicos, biólogos, engenheiros agrônomos, paisagistas e jardineiros, além de artistas e trabalhadores: é um feito coletivo que inspira.
De beleza rara e singular, Inhotim explora todas as possibilidades estéticas da coleção botânica e oportuniza ao estudante de arte um mergulho no Brasil profundo e o contato com a arte em forma bruta. A partir dessa presença, Alex produziu obras para a Exposição Mini Jardins (Pelotas, novembro de 2017), coletiva com os demais integrantes do Atelier Livre da UFPel.
Igrejas, Catedrais, Templos, Torres
Paróquia São Francisco de
Assis
Monte Belo do Sul.
Foto: Cristina Rosa
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De beleza rara e singular, Inhotim explora todas as possibilidades estéticas da coleção botânica e oportuniza ao estudante de arte um mergulho no Brasil profundo e o contato com a arte em forma bruta. A partir dessa presença, Alex produziu obras para a Exposição Mini Jardins (Pelotas, novembro de 2017), coletiva com os demais integrantes do Atelier Livre da UFPel.
Igrejas, Catedrais, Templos, Torres
Escultura em basalto negro inspirada
na Igreja da Paróquia São Francisco de Assis.
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Alex Nunes tem especial predileção por igrejas e destaca como inspiradoras: a Catedral
Nossa Senhora de Lourdes, de beleza imponente e construída
em estilo gótico inglês, no coração de Canela,
RS. Além dela, admira a Igreja Matriz Nossa
Senhora de Lourdes e o Campanário de Pedra, em Flores da Cunha, RS.
A Igreja do Ó, edificação católica construída no início do século XVIII em Sabará, MG é uma de suas prediletas e a Igreja Matriz São Francisco de Assis, em Monte Belo do Sul, inspirou-o a esculpir sia fachada em basalto, transformando-se em uma memória dos lugares visitados.
A Igreja do Ó, edificação católica construída no início do século XVIII em Sabará, MG é uma de suas prediletas e a Igreja Matriz São Francisco de Assis, em Monte Belo do Sul, inspirou-o a esculpir sia fachada em basalto, transformando-se em uma memória dos lugares visitados.
Formação Acadêmica
Bacharel em Filosofia na Universidade Federal de Pelotas (2015),
concluiu a Especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia em 2016. Possui estudos adicionais no Mestrado em Educação e no Mestrado
em Filosofia, ambos na UFPel, além de ter cursado disciplinas na Especialização em Filosofia.
Defrontou-se com o campo de estudos da Estética quando ingressou no
Bacharelado em Filosofia. Convidado a ler Aristóteles, para quem a
realidade é o sensível, Nunes buscou sua “composição de narrativas” através das
experiências possíveis: evidenciar o que lhe é belo pela interferência na
rocha. Decidiu, quando iniciou a esculpir, sustentar esse olhar sobre
fragmentos de Granito, rocha utilizada para calçar as ruas das cidades na zona
sul do Estado do Rio Grande do Sul.
Seu interesse pelos estudos de Estética gerou reflexões
sobre a arte no mundo e no pensamento filosófico e, a partir do convívio
com obras de arte a céu aberto no Estado de Minas Gerais, onde viveu no ano de
2010 e passou a visitar constantemente, tornou-se um observador atento de portais e cúpulas de Igrejas, em
abundância nas terras de Aleijadinho.
Integra sua formação a admiração por acervos de colecionadores
e a convivência com escultores que revelam, em salas e galerias em Porto
Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria, Bagé e Pelotas, um olhar peculiar sobre si
mesmos e o mundo.
Com Bez Batti
João Bez Batti é o maior escultor brasileiro vivo. Na imagem, Bez Batti e Alex Nunes entre rochas a céu aberto no pátio do escultor em Bento Gonçalves. |
Uma das marcas da trajetória artística de Alex Nunes foi o convívio, iniciado em julho de 2016,
com o escultor João Bez Batti (1940). Ao conhecer seu Atelier nos
Caminhos de Pedra, zona rural de Bento Gonçalves, pode dialogar sobre sua
potente obra em basalto, saber pela voz do escultor sobre sua infância, seus professores,
influências, estudos. Assim, Nunes teve a oportunidade de compreender o
processo criador que existe o Rio Grande do Sul e que é representado na vida e
obra desse grande escultor Brasileiro.
A obra: os basaltos e as séries criadas por Alex Nunes
Para Nunes, a expressão esculpir significa moldar, entalhar, lavrar
em matéria dura, deixar impresso um modo de ver, sentir, representar. A escolha
pelo basalto de seu pela variedade de cores, pelo resultado após o processo,
pela admiração por Bez Batti.
Foi em contato com amigos aprendizes, lixadores de pedra, cortadores de
basalto e granito, arquitetos e engenheiros, mestres de obra e calceteiros que
vivem e trabalham com a rocha que surgiu a série Portais do Rio Grande do Sul. Em
oficinas de escultores, pintores e artesãos e pela leitura sobre a história da
arte, Nunes vem aprimorando sua expressão, atualmente representada em basalto
e granito.
Primeira Exposição
individual: Museu do Doce, 01/12/2018, Pelotas, RS
Em
2018, após pequenas mostras a convite de amigos, decidiu por uma exposição
de parte considerável das obras que integram suas linhas escultórias: Portais
do Rio Grande do Sul, Cuore, Ruas e Avenidas, Mãos do trabalho e
Sapiens.
1. Portais do Rio Grande do Sul, composta por dezesseis portais em Basalto sobre Granito;
2. Cuore, composto por corações esculpidos em seixos rolados recolhidos em rios do Rio Grande de Sul;
3. Ruas e Avenidas, composta por oito esculturas que elogiam os solo do sul do RS;
4. Mãos do trabalho, em gesso, elogiam as mãos que trabalham;
4. Mãos do trabalho, em gesso, elogiam as mãos que trabalham;
5. Sapiens, a maior série, em homenagem ao humano e sua peculiar forma de pensar.
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